Retrato ao Ar Livre

(“O PORTRAIT” -1ª PARTE)
POR OTTO RICHTER
TRADUÇÃO DO RUSSO:  J  ANTONIO BUENO
CORTEZIA DE POISKFOTO FOTOSHKOLA

Na criação do retrato ao ar livre os problemas giram em  torno da iluminação oferecida pelas condições do dia, se  de luz forte e com sombras ou se de luz suave em dia nublado. Idem se estamos ao meio dia provocando fortes sombras, que transformam os rostos das pessoas em “Mascaras de Quatis” (guaxinim). Por outro lado, a luz do sol é  grátis. Descrevemos aqui alguns métodos de fotografia no campo.

As melhores fotos são conseguidas em tempo nublado em que não se há a visão direta do sol.

A luz solar passa pela nuvem como através de um filtro, executando uma função de “chapa de reflexão” e a luz será branda.

É necessário observar se as sombras produzidas nos rostos das pessoas estejam bem iluminadas (área dos quatis). Fotografias contra luz, normalmente não dão bons resultados e exigem muito trabalho na ampliação.

Bons retratos são conseguidos posicionando o modelo tendo como fundo paisagens de campo, de cidade, florestas, matos, ou várzeas. Conseguimos também bons resultados com fundos cinzentos tais como pedras ou cimento texturado, às vezes, também com um fundo com uma cor que harmonize com o modelo.

Grandes resultados são também conseguidos com fundo de céu azul, mantendo o modelo à sombra e compensando com uma iluminação de um pequeno flash ou rebatedor. Se o céu estiver cinzento, a fotografia ficará ótima em filme preto e branco.

A iluminação direta do sol deve sempre ser evitada, pois a mesma  provoca contraste excessivo, produzindo resultados inferiores.

A fotografia artística, é algo muito subjetivo. Lá, ressalta-se a mensagem do fotografo através de um impacto visual propositalmente escolhido

Sugerimos para tanto, uma pequena pesquisa: Fotografe um modelo num mesmo lugar nas seguintes circunstâncias.

*Luz solar direta frontal.
*Luz solar direta frontal agora suavizadas pela luz refletida por um rebatedor de superfície dourada, prateada ou branca.
*Luz solar direta frontal complementada pela luz de flash (N° guia 8) usando diafragma 11.
*Luz solar iluminando a câmara (contra luz). A câmara agora fotografando através de um furo no rebatedor. (As sombras são  suavizadas pela superfície refletora).
*Modelo na sombra, fundo iluminado pelo sol.
*Sol encoberto pelas nuvens, sombras suavizadas.

Coloque diante de si as fotos obtidas. V. agora conhece cada técnica para cada efeito, para repeti-las, use a técnica adequada para cada efeito.

Uma dica interessante: A utilização de roupa branca pelo modelo, minimiza os contastes em seu rosto quando fotografado a luz solar.

Na verdade podemos considerar qualquer fotografia como Retrato e o modelo o objeto principal, relacionando-se com os demais elementos de composição da foto.(fundo,etc)  A iluminação é sempre importante e  especial atenção deve sempre ser notada aos níveis de sombra.

A regra mais importante, é que o modelo é sempre o objetivo mais importante, conseqüentemente a exposição correta deve dar-se apenas ao modelo principal. Varias fotos são obtidas por exemplo, em que a bicicleta esta mais nítida que o ciclista, em que vemos flores em primeiro plano e o modelo bem longe perdido na cena, e quando de perto, os olhos desfocados.

Nos Retratos, o uso de filtros também promovem interessantes efeitos.

Em preto e branco, os filtros vermelho e laranja ajudam a escurecer o céu e clarear o tom da pele do modelo. O filtro verde, limpa a pele de manchas e defeitos aparentes enquanto o azul ajuda a clarear as sombras criadas pela luz solar.

Existem ainda o filtro sépia que dá no retrato a cores um tom nostálgico, e os filtros Duto, Soft,, Center-Spot , e Center-Mirror, além dos de efeitos especiais, que aqui não cabem descrever. Estes filtros criam imagens bem particulares como suavizar rugas, criar aureolas, mudar o brilho dos olhos e jóias etc.

Particularmente eu uso uma técnica que chamo de “Capa de Agenda”. Uso uma capa dessas de plástico que cobrem agenda A-4 e controlo a luz solar que ilumina o rosto do modelo, assim posso através da luz-e-sombra, criar um rosto mais estreito, ou embutir um efeito especialmente diferente na imagem, algo que não havia no modelo original, este método pode também ser aplicado controlando luz de refletores de lâmpada ou rebatedores. Cada caso é um caso particular.

Retratos tendo como fundo: janelas que brilham, vitrines iluminadas, paredes de casas com pedras brilhantes ou ladrilhos criam um interessante efeito ao retrato porque também alteram a iluminação do rosto do modelo.
Este efeito gerado pela luz de fundo é muito explorado pelas fotografias de modas Aqui cabe dizer que a luz de fundo não deve ser superior a luz do modelo, mas diferenciar-se entre 1 e ½ ponto de diafragma para menos da iluminação do modelo,  e neste caso, devemos gerar a compensação através de iluminação artificial complementar.

As sombras devem ser continuas e não deve haver iluminação nem excessiva do rosto, nem contrastada. Isto se controla com os rebatedores, e deve ser competência do assistente controlar esta iluminação. Note-se que aqui a grande diferenciação entre a foto de Retrato e a de Moda, é que na primeira o Rosto do modelo deve sempre levar a exposição correta, lida por um fotômetro de mão, sem muito diretamente se importar como resto, enquanto na segunda, o corpo todo do modelo deve estar igualmente iluminado. Ai, as cores das vestimentas e a maquiagem são decisivas na medição de luz e especialmente o fundo deve estar sempre na relação de ½ a 1 ponto a menos na exposição. Em casos especiais de dramatização e impacto visual, poderemos diferenciar em 2 pontos o fundo do modelo. Indiscutivelmente as decepções serão controladas após varias experiências devidamente anotadas. O aprendizado, se faz melhor, visualizando-se os resultados em filme de transparências (slides).

O Retrato é uma atividade essencialmente criativa e de grande satisfação. Eu particularmente me encanto quando a realizo junto à natureza.
                                                  
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