Caracol

 

 

Aqui um apanhado geral sobre caixas de tipo labirinto.

 

 

 

I Gabinete de Linha de Transmissão.

 

 

Com a intenção de diminuir as unidades de som ainda usadas em teatro, foram durante a década de ’30 utilizadas as cornetas dobradas. Estas mostraram-se eficientes e tiveram seu prestigio e difusão. Mais tarde, em modelos ainda menos avantajados tiveram sua utilização em residências. Lembre-se que em 1930 foi revelada a caixa bass reflex de Thuras e isto motivou os pesquisadores a novas idéias. Imediatamente depois, (1934) foi apresentada por Paul G. A. H. Voigt, o gabinete de linha de transmissão utilizando o alto falante original de Lowther.

O sistema de linha de transmissão não passa de um guia de onda na qual o formato da mesma, desvia a fase proveniente da saída de som emitida pela parte posterior do alto falante em aproximadamente 90°, desta forma reforçando as freqüências próximas do ponto de ressonância. Esta providência, acaba por anular aressonância do falante por causar grande pressão interna em sentido inverso à vibração natural do falante. Estes gabinetes são bem maiores do que os bass reflex de características similares pois possuem ¼ do comprimento de onda de cancelamento.

Dado seu grande tamanho. imediatamente foram tomadas providencias para sua redução, que resultaram nos “labirintos acústicos” cujos primeiros modelos comerciais foram introduzidos pela IMF Electronics mas se tornaram mais famosos pela Stromberg Carlson que a produziu em grande quantidades.

 

Damos aqui uma visualização de como são os labirintos acústicos.

 

 

 

 

Existem variações sobre a linha de transmissão, uma delas usa um tubo com uma abertura em que o pórtico possui área menor que a garganta. Este sistema pode também ser dobrado ou enrolado para poder reproduzir bem as baixas freqüências, com dimensões reduzidas, se assemelhando a um caracol ou a uma concha.   Este é o caso da caixa Bose e da Bowers & Wilkins.

 

Variações construtivas.

 

Quanto à construção destee gabinetes, poderemos classifica-los em duas categorias;

A primeira será dos  - Canos abertos de um quarto de onda   tapered quarter-wave pipe (TQWP) Em inglês.

E a segunda dos   –   Tubos abertos de um quarto de onda  tapered quarter-wave tube (TQWT) Em inglês.

 

A primeira, (TQWP), combina a linha de transmissão com os efeitos da corneta.

A segunda,(TQWT), combina também o ressonador de Helmholz e o bass reflex  ao conjunto anterior.

A primeira foi o conceito original de Paul G. A. H. Voigt, conhecido como gabinete de Voigt  (Voigt pipe)

O segundo foi uma variação destinada a controlar a resposta do gabinete através de quatro parâmetros au inves de apenas dois. Mais detalhes veja em:

https://mywebspace.wisc.edu/jstalnak/web/VoightPipeSpeakers/

 

 

Veja abaixo a evolução da TQWP ao Labirinto acústico.

 

 

 

 

A seguir daremos três projetos deste gabinete.

 

 

1° projeto: Robet Brines.

 

Para falantes de 5 “

 

 

 

2° projeto: Herbert Jeschke.

 

 

 

3° projeto: M. J. King

 

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Medidas em polegadas 1” = 25mm (para uso prático).

Trata-se de uma variação da segunda espécie (TQWT). Observe o alto-falante lateral e o pórtico sintonizável.

Nos três projetos o enchimento com material absorvente é necessário para evitar ressonâncias internas e alargar a resposta. A combinação de duas caixas de diferente dimensões realça o graves devido a ênfase diferenciada em duas freqüências proporcionadas pelas caixas diversas.

Nos gabinetes apresentados poderemos variar as respostas através dão reposicionamento do falante ou agregando outros em novas posições.

 

 

II   Corneta dobrada

 

Corneta em caracol

 

 

Neste mesmo segmento de labirintos, apresentamos uma eficiente corneta dobrada que apresenta excelentes resultados.

Nesta, apenas a construção se assemelha com as caixas de principio Voigt dobrado ou labirinto acústico. Na verdade é uma corneta sintonizada.

 

 

 

 

Vocês se lembram do principio do alto falante que apresentei no capitulo respectivo ? Este é do tipo dos alto-falantes fabricados anteriormente ao alto-falante de bobina móvel e cone de papel.

O principio é conhecido desde a antiguidade ao se usarem cornos e trompas para as pessoas se fazerem ouvir.

Neste nosso projeto aplicamos à parte traseira o principio da corneta e à parte dianteira, ou a irradiante, o principio original do baffle. Aparentemente, esta caixa possui maior eficiência no espectro audível que as caixas Karlson, mas possuem um corte mais abrupto na região das baixas freqüências. Sua eficiência porem a recomenda para uso em locais abertos ou grande recintos com grande audiência onde os corpos das pessoas presentes absorvem a energia sonora, sem que para isto seja necessário um amplificador mais potente.

Civilizações antigas já usavam os trompetes para clamarem os reis, Quando a gravação foi inventada, usavam-se as grandes cornetas. Aqui uma curiosidade, Visitando a famosa feira de Santelmo, vi um conjunto em estilo neo-clássico que era um toca-disco com uma corneta dobrada em seu interior. O braço do toca disco já era o inicio da trompa que terminava com as portas do móvel abertas a 45° aproximadamente. Estava tocando “logicamente” uns discos de tango. O som era bastante limpo e claro e alto! Não havia qualquer eletrônica nela.

 

 

 

 

Eis aqui um aparelho deste tipo e o personagem que o opera é não mais nem menos que o famoso Enrico Caruso (1918)

 

 

 

 Aqui instruções e emblema da Columbia Grafonola

 

Enquanto que os alto falantes comerciais para alta fidelidade possuem 1 a 2% de eficiência, ao ser aplicada uma corneta, seu rendimento alcança de 30 a 50%, desde que esta se expanda exponencialmente. O corte de freqüências baixas é ditado pelo tamanho das  bocas das cornetas. Quanto maiores, mais baixas as freqüências.

 

Abaxo dados para a construção da corneta dobrada.

 

 

Para alto falante de 12”

 

 

 

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