Laboratory Standard

 

 

Provavelmente por volta de 1958 tive a primeira experiência estereofônica. Não que já não houvesse tido, pois bem antes já se passavam filmes da Branca de Neve, da Cinderela, Fantasia, O Manto Sagrado e Scaramouche, dentre outros. Mas em termos domésticos esta foi a primeira vez. Um anúncio vinha no Jornal do Brasil de domingo. A firma Eletrônica Emiene e antenas Delcast convidavam para uma seção demonstrativa no edifício Marques do Herval, no subsolo ao lado da livraria Leonardo da Vinci. Estive lá e me foram apresentados dois LP demonstrativos de corridas de cavalos, uma piscina, um auditório, muitos outros efeitos e finalmente uma música instrumental. Notei bem o equipamento usado naquela época. A firma Emiene montava e comercializava uns amplificadores estereofônicos muito bem feitinhos e bastante caros com transformadores EASA e EL34 na saída. O circuito era um Mullard 5-20. com dois amplificadores de potência separados e um pré-amplificador. O toca-discos era um Garrard  modelo A e a cápsula uma simples VR22, na época uma novidade. As caixas eram estas Jensen que vamos descrever. Poucos dias depois já podiam ser vistas em demonstração no Largo da Carioca, ao lado da Exposição, na loja Palermo, a maior revenda de discos áquela época, um outro sistema estéreo composto de toca-discos Rek-o-Kut, com duas caixas Regency da Eletro Voice. Estas resistiram até o fim da existência da loja. Os primeiro amplificador estéreo foi um Bogen com quatro 6L6 logo depois substituído por um Fisher com 7591. O equipamento ficava ali na rua para os que passassem pudessem ver e ouvir.

 

As caixas usadas pela Emiene eram duas destas magníficas Jensen que abaixo estão descritas. O artigo é da revista Áudio de outubro de 1954. Nesta altura do campeonato, já existiam as caixas da AR mas as pessoas tinham preconceito em terem coisas grandes para chamar atenção. Na verdade havia certeza de que quanto maior melhor, este preconceito hoje caiu, mas a técnica veio a comprovar que este antigo refrão era absolutamente correto. Por isto is Japoneses sempre fizeram grandes gongos para solenidades, Os europeus grandes sinos para conclamar o povo os alpinos grandes trompas para indicar a presença. E você sabe, um grande alto falante sempre dará um som mais forte que um pequeno nas mesmas condições.

 

Nestas caixas comercialmente chamadas de Imperial temos:

Reposta de 35Hz a 18.000Hz.

Eliminação de espúrios devido à ressonância ou vibrações internas.

Resposta uniforme dispensando ajustes de compensação de resposta no amplificador.

Sistema de alto falante em três vias com atenuadores em médios e agudos.

Irradiação de graves por via direta e pelo topo da caixa via corneta com aberturas frontal e laterais.

Irradiação de médios e agudos pela abertura frontal do topo.

Woofer acessível pela grande abertura traseira e pelo painel intermediário.

Funcionamento em canto ou centro de parede.

Construção em compensado de 20mm reforçado com parafusos e perfis de segurança.

Fig 1: Vista geral da caixa Jensen  RS103.

Fig 4: Divisor de freqüências com impedância constante; com 12 db de atenuação.

Fig 5: Corte seccional da caixa mostrando os elementos ativos.

Fig 6: Visão explodida da construção da caixa Jensen.

Fig 7: Planta esquemática com medidas para sua construção.

As séries PR e RS 100 foram desenvolvidas para estúdios de gravação e estações de rádio.

 

Abaixo caixa Imperial PR100. Modelo de luxo do mesmo projeto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conversão de polegadas em mm

(Medidas do projeto acima)

Polegadas

milímetros

3/4

20

1

25

1 1/2

40

2 1/ 2

65

4

10

9 1/4

23.5

11 3/8

30

12

30.5

13 3 /4

35

15 1/2

39.5

17 3/16

43.5

17 15/16

45.5

24 11/16

63

32 7/8

83.5

40

101

52 3/8

133.5

 

 

Neste mesmo segmento incluimmos o circuito original do Mulard 5-20  e seu respectivo pré amplificador publicado  duas vezes na revista Antenna , a primeira em 1959.  O link abaixo lhe dará a cópia de todo o artigo.

 

http://vacuumtubebrasil.profusehost.net/Construindo%20o%20Mullard%20520.pdf

 

 

 

No próximo segmento vamos demonstrar a variante Mullard 510 e o sensacional mini Mullard 3/3 aaaaaaa

 

Abaixo close-up da cápsula e agulha GE VR22 e o toca-discos Garrard modelo A

 

 

 

Comentário de Roger Russell:

 

Foram resolvidas todas as deficiências de gravação; mas o som piorou, então pioraram as fontes de sinal para que a reprodução fique igual. O som atual esta perto da tortura, enquanto antes o levávamos ao prazer.

 

Where Is High Fidelity Today?

The quest for higher fidelity has brought us, the consumer, beyond the world of limited bandwidth, limited dynamic range and the monophonic sound of the Victrola and early radio receivers. Now we can feel the subsonic 64 foot organ pipes and hear all the triangle and cymbal harmonics. It took us from the noise of record grooves, turntable rumble, tape hiss, overmodulation, clipping amplifiers and distorted speakers all the way to a new world of dynamics, clean full range sound and multiple channels. Despite all of these improvements, high fidelity still has a long way to go to perfection. It may never go further now because today's program material has changed. Hi-Fi has been replaced by new words and meanings like Stereo, Home Theater and Car Audio. Stereo is still limited in part by recording methods, speakers and room acoustics. Binaural recording and headphone playback eliminate the effects of the speaker and room but lacks the body perception of high level sound and lower frequencies as well as the freedom of turning the head to localize sounds.

Home theater sound is designed for emotional impact and accuracy is not a prime concern. Sound effects and subwoofers are the big features. It has yet, if ever, to become true multi-channel stereo with any accuracy compared to the real world. However, it is really only designed to effectively complement the movies. Stereo in the car can sometimes be made very pleasing but often very loud and creates its own little world. Accuracy is not possible in a car environment and loud sound with deafening bass has become more of a status symbol and an annoyance to others. Both home theater and car sound are often played at excessive levels. Movies in theaters and other entertainment places play the sound at punishing levels. I call this “sledge hammer sound.” See my page about listening and hearing.

Live classical concerts are now electronically enhanced with microphones and speakers. The goal of reproducing home sound as accurately as possible to a live performance is losing its meaning for most consumers. Finding a non-enhanced live concert to compare your recordings with is difficult if not impossible any more.

http://www.roger-russell.com/mysound/mysound.htm

  

 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx