Fototestes para Modelos

          Por: OTTO RICHTER
TRADUÇÃO DO RUSSO: J ANTONIO BUENO
CORTEZIA DE FOTOPOISK FOTOSHKOLA

No final de 2002, a redação da revista “Fotografie Magazin, juntamente com a agencia tcheca de fotomodelos realizou um concurso de testes fotográficos. Os participantes enviaram em janeiro de 2003 sessenta envelopes com fotografias, nos quais haviam retratos, fotos de corpo inteiro e fototestes. As melhores fotos seriam publicadas na revista.

O concurso foi vencido por Milada Tchishtinova.

Por que colocamos a questão fototeste para modelo em uma posição tão atual?  A República Tcheca possui muitos fotógrafos, porém poucos atendem ao nível mundial. Assim nossos modelos, como acontece freqüentemente, preferem agencias estrangeiras e até retiram de seus portfólios suas próprias fotografias realizadas por fotógrafos nacionais.

Portanto o incentivo e a revelação de fotógrafos talentosos, foi o objetivo do concurso, Criando uma nova geração a par dos “foto-ateliers” de moda em  Paris , Nova York e Milão.

Um pouco de historia:
A economia e o interesse comercial, sempre vem suportando eventos deste tipo, e com o crescimento da publicidade, surgiram necessidades de fotomodelos , os quais atrairiam  compradores com sua aparência nas fotos de propaganda, contribuindo para a venda de produtos. E como é certo, em um mercado em expansão, também cresceu a necessidade dos que fotografariam os modelos. Assim com o surgimento de novos gêneros de publicidade, moda etc., surgiram também agencias especiais que ofereciam fotomodelos para catálogos, exibição de moda, e apresentadores de produtos para realização das mais diversas ações de publicidade.

Filosofia do fototeste:
Se V. domina bem o oficio e possui uma “visão” fotográfica,  não existe o problema  do teste, Todavia, a pratica é o que prevalece numa fotocompetição deste tipo. Alguns consideram que na fotografia de publicidade deve haver muito pouca estilização, outros já consideram ao contrario.  Neste caso, o fotógrafo, não deve impor a sua  personalidade ou seu gosto. O mais desagradável dos casos, é aquele em que o cliente não comunica seus gostos ao fotógrafo antes da seção fotográfica e também nada diz após o trabalho realizado.

Assim também o fototeste com seus modelos, permite avaliar também os clientes e cada gosto. Por aqui poderemos avaliar através do espectador para a qual existe cada foto, qual o cliente, o fotografo  e o modelo que irão melhor desempenhar seus papeis.

A melhor orientação para cada fotógrafo de publicidade é  destacar o gosto coletivo em cada serviço, procurando seguir as tendências atuais, pois inovações quase nunca são aceitas.

A roupa e aparência:
A atmosfera alvo da propaganda, é determinada pela aparência do fotomodelo mas a roupagem deve como aquela, combinar com o ambiente, para que haja uma mensagem embutida na imagem. Por exemplo, não há qualquer razão para fotografar uma moça de biquíni num bonde, o estilo físico, o ambiente e a vestimenta devem se compor mutuamente. Assim o estilo esportivo, trabalho ou roupa intima, devem corresponder ao tipo de modelo, assim como o cosmético e o penteado ao estilo da foto, por isto, fotógrafos de alto nível sempre tem estilistas ou visagistas como assistentes de seus trabalhos.

O “book” de cada modelo sempre se faz em três posições  Retrato, Busto e corpo inteiro.

A mais difícil é sempre a de corpo inteiro pois em geral as pessoas estão longe da perfeição, poucos se movimentam com perfeição, e poucos nascem com este dom natural. Quando isto acontece, os fotógrafos devem deixar os modelos que por si mesmos auto-escolham suas próprias poses.

Se for basicamente importante a demonstração de um corpo bonito, é fundamental que se escolham modelos que fotografem bem em nu artístico. Profissionalmente as agencias de modelos (sérias) impõem determinados limites que não são ultrapassados.

Nos nus artísticos, cobrem-se certas partes com as mãos, os cabelos e a direção do olhar é  um fator importante. O olhar direto para a câmara fotográfica, traduz um contacto mais direto com o publico. Se não forem alcançadas naturalidades nas fotos, estas são invalidas exigindo do fotógrafo estudos mais cuidadosos.

Ângulo de tomada:
Se V. quiser fotografar o modelo de corpo inteiro, V. deve posicionar a câmara a altura da cintura.  Retrato e busto pedem que se nivele o rosto no centro do quadro. Estas são as perspectivas corretas, entretanto,  cada regra pode ser modificada,  quando por exemplo estivermos simulando uma perspectiva de vôo. Afinal, as regras são adaptadas à sua visão do assunto e ao caráter da foto.

Custo de um fototeste:
Considera-se que o custo de um fototeste, varia de 3000 a 12000 Coroas (1 Dólar=28 Coroas) pelo conjunto de fotografias.. Aqui influenciam, em primeiro lugar, a fama do fotógrafo, a pressa no trabalho, e o custo da hora do estilista (visagista) que é entre 500 a 2000 Coroas.

Kamil Rodriger procura o ângulo ideal de tomada de cena:
A revista “Fotografie Magazin” obteve o depoimento deste conhecido fotógrafo de Praga, não somente pelos retratos de ilustres conhecidos de nossa sociedade Tcheca, mas também pelas naturezas mortas e pelo diferenciado estilo de sua fotografia de propaganda. A Kamil Rodriger cabe constantemente avalizar e testar os mais variados tipos de modelos.

FM  - Como V. começa  quando chega uma modelo para seu fototeste ?
KR - Inicialmente a observo com muita atenção, não a vejo como a uma mulher mas como um “Ser Geométrico”. Observo seu rosto, medindo a cabeça em função do corpo, o nariz em função da cabeça, a proporcionalidade da figura, Verifico as pernas se longas ou curtas e as proporções existentes entre mãos cabelos e dentes.  V. tem também que estar bem familiarizado com os recursos e limitações do seu equipamento fotográfico disponível, para que v. possa realçar ou esconder o que V. quiser em cada tomada de cena.

Aqui posso afirmar que não existe um ou uma modelo ideal. As mais famosas tem defeitos. Cabe a nós fotógrafos transforma-la num portfólio encontrando os ângulos ideais de cada um. Interessante que alguns fotógrafos tomam fotos dos modelos de todos os lados com bastantes variações. Isto na realidade, é fotografia de identificação policial, onde a pessoa deve ser reconhecida em qualquer circunstancia. O ideal do fotografo é conseguir fotografias do modelo de forma que ela não seja reconhecida ao vivo por cidadãos comuns.

Aqui, na fotografia de modelo  também nada há de similar pra com a fotografia de produto, onde temos que ressaltar os detalhes! Se sua modelo tem apenas um dente em sua boca, Faça a fotografia dela com a boca fechada.

FM  -Esta é a sua filosofia?
KR  - Lógico que não, mas enfrentei a opinião de algumas agencias que queriam moças no fototeste  o mais próximo de suas reais aparências reais para que o cliente não ficasse depois surpreso, Mas o ideal é estiliza-la para o fim ideal da fotografia e obter sempre os ângulos mais favoráveis. Assim fotografo jogadoras de basquete grandes e fortes que se aparentam nas fotos como magras e frágeis.

FM  - Existem para V. diferenças entre as moças que chegam ao fototeste sozinhas ou as enviadas por um agencia ?
KR  - Alem de agencias Sólidas existem as não tão sólidas que na prática querem fazer algo por alguém que na verdade tem poucas chances. Para estes, se a fotografia sai ruim a culpa é do fotógrafo, se sai boa ela é excepcional. Meu trabalho é portanto criar sempre o melhor, e por isto, fiz meu nome. Se a modelo vem apenas para umas fotos de recordação, as exigências não são tantas.

FM - Como V. realiza a sua foto?
KR  - Inicialmente conheço a modelo e procuro estabelecer um contacto amistoso. O visagista deve participar da conversa. Este vai preparar o penteado e a maquiagem adequada e ajuda a criar uma atmosfera de descontração e agradável antes da realização das fotos. Se não houver o relaxamento e a descontração da modelo não há porque fotografar. Ao fotografar sempre começo pelo retrato pois que as fotos de corpo inteiro são as mais “nervosas” pois estas são baseadas em poses. Na maioria dos casos as primeiras fotos nunca ficam boas, pois fotógrafo e modelo devem alcançar um determinado ritmo, e a concentração no trabalho dará mais resultados quando V. se descobrir envolvido a ponto de não sentir fome, calor, cansaço ou frio. V. antevê as formas tomarem consistência diante de V.

FM  - V. fala do processo de fotografar como se a fototécnica não fosse absolutamente importante.
KR -  É evidente que sem técnica nada se consegue. As pessoas de repente esqueceram mas depois se lembraram que nosso ôlho  é o instrumento mais importante. A nossa visão nada tem a ver com a técnica, mas o importante é transferir nossa visão para um resultado gráfico que diga e traduza o que eu quero para quem quer que o veja.

Aqui a iluminação é o ponto de maior importância. O exercício de iluminação é que dirá ao espectador da foto a mensagem que quero dar através da aparência que eu escolhi do modelo que estou fotografando.
A iluminação que vou usar depende dos refletores, dos filtros de cor, da concentração luminosa  e do volume “plástico” que quero obter. Normalmente eu fujo da iluminação difusa, e procuro usar dois ou três flashes com placas rebatedoras devidamente orientadas.

Ao trabalhar no campo, uso flashes de estúdio ligados à bateria do carro por um cabo de 50m . A luz dos flashes é medida com exposímetro  tipo flash-meter nos pontos chaves e fotografo com uma câmara numérica  usando objetivas de 85 a 180mm as menores dimensões do quadro digital aqui favorecem aos cortes  que são sempre necessários, e 6 Megapixels são mais do que satisfatórios para a maioria dos testes e resultados experimentais.


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